sábado, 7 de março de 2009

O Serafim...

Uma ida Lisboa.

Objectivos: Encontrar alguns aspectos de uma antiga pesquisa, no Mosteiro dos Jerónimos.

Azar: Era segunda-feira, a malfada folga Cultural e Museológica!

Depois de nos rirmos muito, olhamos o mapa obtido no Posto de Turismo.

Novo azimute: Convento do Carmo.

Novo objectivo: Visitar a casinha de D. Nuno Alvares Pereira ou o Beato Nuno de Santa Maria.


(Personagem histórico que povoa o nosso imaginário, que já nos fez viver algumas aventuras dignas de nota. Será uma próxima entrada.)


Lá começou a aventura pela colecção do Museu.

Como quem não espera nada, aconteceu uma agradável surpresa...

Na sala dos túmulos, o túmulo de D. Fernando.

Foi o 9º rei da nossa primeira dinastia, cognominado de “O Formoso”.


O cognome não pode ser confirmado, pois ao contrário do gosto da época não tem estátua jacente, mas não foi isso que impressionou.

É uma peça pesadíssima e ao mesmo tempo etérea.


O peso é-lhe dado pelas inscrições de grafismo gótico, feitas a escopro e martelo, mas mais parecem cravadas a fogo, pois são tão perfeitas e inumanas, que mesmo não se decifrando a mensagem, acredita-se que fala da “divindade” do sepultado.


É etérea pois faz a ligação entre a vida terrena e o imaginário.

Curiosas cenas da vida quotidiana, um boticário ou um físico na sua actividade é a mais marcante.

O mais marcante e que faz viajar é o bestiário.

Monstros fantásticos, uma mistura de homens alados, harpias voadoras e guerreiras, seres com olhos salientes e que aterrorizam, todos a proteger o rei dos males conhecidos e dos outros imaginados...


No meio destes maravilhosos monstros houve uma figura que veio comigo. Na cabeceira da sepultura está figurada uma das cenas da vida de S. Francisco, e é aqui que ele está, lançando o fogo divino estigmatizando S. Francisco.

Um serafim, envolto naquelas imensas asas, com aquele ar enigmático, seráfico, olhando Mundo!




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