sexta-feira, 17 de abril de 2009

Verde Azulado

Hoje ameaça chover.

As nuvens são densas e carregadas.

À pouco uns raios de luz ainda conseguiam romper a coluna de nuvens e, iluminavam directamente a trepadeira da muralha em frente à janela onde estou... ficou com uma cor verde azulada, uma cor que só vi noutro local.

Comecei imediatamente a viajar. É um hábito terrível procurar sempre dentro da memória onde é que já vivi determinada situação...

Só há um sítio assim, em que o verde é tão azulado que por vezes não sabemos se é céu se é a vegetação, deixo apenas a imagem...

sábado, 7 de março de 2009

O Serafim...

Uma ida Lisboa.

Objectivos: Encontrar alguns aspectos de uma antiga pesquisa, no Mosteiro dos Jerónimos.

Azar: Era segunda-feira, a malfada folga Cultural e Museológica!

Depois de nos rirmos muito, olhamos o mapa obtido no Posto de Turismo.

Novo azimute: Convento do Carmo.

Novo objectivo: Visitar a casinha de D. Nuno Alvares Pereira ou o Beato Nuno de Santa Maria.


(Personagem histórico que povoa o nosso imaginário, que já nos fez viver algumas aventuras dignas de nota. Será uma próxima entrada.)


Lá começou a aventura pela colecção do Museu.

Como quem não espera nada, aconteceu uma agradável surpresa...

Na sala dos túmulos, o túmulo de D. Fernando.

Foi o 9º rei da nossa primeira dinastia, cognominado de “O Formoso”.


O cognome não pode ser confirmado, pois ao contrário do gosto da época não tem estátua jacente, mas não foi isso que impressionou.

É uma peça pesadíssima e ao mesmo tempo etérea.


O peso é-lhe dado pelas inscrições de grafismo gótico, feitas a escopro e martelo, mas mais parecem cravadas a fogo, pois são tão perfeitas e inumanas, que mesmo não se decifrando a mensagem, acredita-se que fala da “divindade” do sepultado.


É etérea pois faz a ligação entre a vida terrena e o imaginário.

Curiosas cenas da vida quotidiana, um boticário ou um físico na sua actividade é a mais marcante.

O mais marcante e que faz viajar é o bestiário.

Monstros fantásticos, uma mistura de homens alados, harpias voadoras e guerreiras, seres com olhos salientes e que aterrorizam, todos a proteger o rei dos males conhecidos e dos outros imaginados...


No meio destes maravilhosos monstros houve uma figura que veio comigo. Na cabeceira da sepultura está figurada uma das cenas da vida de S. Francisco, e é aqui que ele está, lançando o fogo divino estigmatizando S. Francisco.

Um serafim, envolto naquelas imensas asas, com aquele ar enigmático, seráfico, olhando Mundo!




segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

No Meio do Caminho...

Agora que estou em casa, lembrei-me do acontecimento do dia e de um poema de Carlos Drummond de Andrade.

“No meio do caminho tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho”

Fala deste maravilhoso acontecimento da sua vida de “retinas tão fatigadas”.

Assim posso dizer que no meio do meu caminho para casa encontrei um pequeno tesouro, um daqueles que cai no chão e... por vezes alguém que passa no meio do seu caminho, o encontra. Fica feliz por esse tesouro poder ser partilhado!

 Na nossa casa mora um velho, de rosto feito a navalha, e que tem um sobretudo que é um tronco de árvore... tem um pequeno canteiro e aí plantou-se o tesouro do meio do meu caminho de hoje.


sábado, 13 de dezembro de 2008

O Natal...

Recordo os Natais passados.

Passei grande parte do tempo rodeada de todas as criaturas do Natal.

Duendes, Renas, Bonecos de Neve, Reis Magos, Pastores...

Este ano penso-o numa perspectiva histórica.

O Natal em que um casal de Judeus se dirige a Belém, em que nasce um Menino, toda a gente o visita e alguns trazem-lhe presentes...

De todos os personagens desta história há um, que apesar de não ser lembrado captou a minha simpatia: O Galo.



Rezam lendas que foi o primeiro animal a anunciar o nascimento do menino Jesus...

É o animal que morre, pois era servido na Refeição de Natal...

E renascia para anunciar o novo dia no fim da Missa do Galo...

Já em tempos mais idos, era um animal associado ao solstício de Inverno, que anunciava o inicio de um Novo Ciclo... A altura em que se voltava aos campos, em que as primeiras sementes eram lançadas à Terra.

Ainda hoje é assim, por esta altura toda a gente tenta semear algo de novo para que cresça durante o resto do ano...

 

 

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Chão que os Pés Pisaram

Dos Romanos até Nós

 

Depois de terminado o projecto gráfico “O Chão que os Pés Pisam”, continuei a encontra-lo em sítios para mim improváveis... entre trabalhos de pesquisa, viajens, visitas a núcleos museológicos, persistia a sensação de que aqueles grafismos já eram conhecidos.

 

Foi em Santiago da Guarda (http://www.cm-ansiao.pt/residencia/), que voltei a “pisar” outras vez padrões semelhantes. Aqui existe a maior área de mosaico romano da Península Ibérica.

 

Numa publicação da Liga dos Amigos de Conimbriga, “Dicionário de Motivos Geométricos no Mosaico Romano”, encontrei uma grande parte dos padrões mais comuns entre as duas artes, o Mosaico Romano e a Calçada à Portuguesa.

 

Aqui está um dos exemplos que me levou a esta reflexão.


Imagem 1- Mosaico romano

Imagem 2- Calçada à Portuguesa em Ponta Delgada


É um encontro entre a época romana e os nossos dias...



quarta-feira, 3 de setembro de 2008

“O Chão que os Pés Pisam”

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Depois de muito pisar o chão...

Chão de terra, de pedra, de macadam, com vegetação...





Abri a caixa das memórias, e aí estavam padrões que contavam momentos nos locais por onde passei.


Os grafismos foram o motivo desta recolha, uma espécie de “mapa” do chão que os meus pés pisaram em 2007
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