Uma ida Lisboa.
Objectivos: Encontrar alguns aspectos de uma antiga pesquisa, no Mosteiro dos Jerónimos.
Azar: Era segunda-feira, a malfada folga Cultural e Museológica!
Depois de nos rirmos muito, olhamos o mapa obtido no Posto de Turismo.
Novo azimute: Convento do Carmo.
Novo objectivo: Visitar a casinha de D. Nuno Alvares Pereira ou o Beato Nuno de Santa Maria.
(Personagem histórico que povoa o nosso imaginário, que já nos fez viver algumas aventuras dignas de nota. Será uma próxima entrada.)
Lá começou a aventura pela colecção do Museu.
Como quem não espera nada, aconteceu uma agradável surpresa...
Na sala dos túmulos, o túmulo de D. Fernando.
Foi o 9º rei da nossa primeira dinastia, cognominado de “O Formoso”.
O cognome não pode ser confirmado, pois ao contrário do gosto da época não tem estátua jacente, mas não foi isso que impressionou.
É uma peça pesadíssima e ao mesmo tempo etérea.
O peso é-lhe dado pelas inscrições de grafismo gótico, feitas a escopro e martelo, mas mais parecem cravadas a fogo, pois são tão perfeitas e inumanas, que mesmo não se decifrando a mensagem, acredita-se que fala da “divindade” do sepultado.
É etérea pois faz a ligação entre a vida terrena e o imaginário.
Curiosas cenas da vida quotidiana, um boticário ou um físico na sua actividade é a mais marcante.
O mais marcante e que faz viajar é o bestiário.
Monstros fantásticos, uma mistura de homens alados, harpias voadoras e guerreiras, seres com olhos salientes e que aterrorizam, todos a proteger o rei dos males conhecidos e dos outros imaginados...
No meio destes maravilhosos monstros houve uma figura que veio comigo. Na cabeceira da sepultura está figurada uma das cenas da vida de S. Francisco, e é aqui que ele está, lançando o fogo divino estigmatizando S. Francisco.
Um serafim, envolto naquelas imensas asas, com aquele ar enigmático, seráfico, olhando Mundo!